domingo, março 11, 2007

Deputados ressentem-se

Durante todo o processo de imposição de um novo "estatuto" aos professores de Portugal, o silêncio dos responsáveis políticos do PS, nomeadamente dos deputados e dos deputados professores, foi ensurdecedor. Lá fomos ouvindo a "tanga" do rigor do ex-CDS, Valter "the tough boy" Lemos. No passado dia 2 de Março pudemos ver a arrogância e má educação do dito trauliteiro de serviço enquanto deputados da oposição diziam de sua justiça. Pudemos ouvir as vaias constantes duma loira deputada socialista, professora que foi e felizmente que já não é porque nas nossas escolas não queremos réplicas da lota de Matosinhos ou de qualquer um mercado do peixe. Para a bancada do PS, em plenário, tudo está bem e a ministra é pouco menos que uma das pastorinhas de Fátima. E agora, espanto dos espantos, há quem não esteja contente... O Valter bateu-lhes à porta e já não gostam.

Não se trata propriamente do ECD, trata-se mais precisamente da regulamentação do acesso à categoria de professores titulares.

Veremos nos próximos episódios de que é feita a coluna vertebral do notório Valter e por que elevados princípios éticos se movem aqueles dentre os nossos representantes que, por acaso, em tempos idos já foram professores...

Veremos se, como dizia Orwell, "Os animais são todos iguais, mas uns são mais iguais que outros."


"Para a próxima quarta-feira, adiantou Alberto Martins, ficou agendada uma reunião com o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e com o secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, sobre o regime de vínculos e carreiras da função pública.

De acordo com fontes socialistas, a decisão de chamar a ministra da Educação para se reunir com a bancada surgiu após vários deputados criticarem o novo Estatuto da Carreira Docente, sem que tenha havido nenhuma intervenção em sentido contrário.

As mesmas fontes disseram à agência Lusa que o deputado José Augusto de Carvalho se insurgiu contra a diferente valorização para a progressão na carreira das actividades lectivas e não lectivas no decreto-lei do Governo, considerando-a inconstitucional.

Em seguida, outros socialistas criticaram o Estatuto da Carreira Docente.

O artigo 50.º da Constituição estabelece que «todos os cidadãos têm o direito de acesso, em condições de igualdade e liberdade, aos cargos públicos».

«Ninguém pode ser prejudicado na sua colocação, no seu emprego, na sua carreira profissional ou nos benefícios sociais a que tenha direito, em virtude do exercício de direitos políticos ou do desempenho de cargos públicos», refere o mesmo artigo."